quinta-feira, 22 de julho de 2010

A adminstração publica X igrejas e condominios

   Gostaria de comentar aqui algumas considerações sobre adminstração publica e a população no que se refere a maneira como as pessoas encaram o Estado, seja ele municipal, estadual ou federal. A maioria das pessoas tem duas percepções sobre ele: a que ele é um ente distante do povo e de que tudo que é publico não pertece a ninguém. Uma outra visão que as pessoas tem é de que o seu voto não tem valor e de que os atuais politicos são como se fossem colocados ali por forças politicas e empresáriais fortes e de que o voto pouco influencia neste processo. Isso, para quem tem um pouco de esclarecimento, sabe que não é verdade óbviamente, mas está e a verdadeira percepção popular.
    Isso tudo tem ha ver com o processo histórico de formação de nosso pais e do povo brasileiro, que sempre viveu alijado dos processos decisórios do pais, não tendo qualquer tipo de educação para poder entender os processos gerais da sociedade como um todo e nem sabendo coisas básicas da vida como ler escrever em alguns casos, nem sempre tiveram a oportunidade de votar, tudo sempre foi imposto para o povo de cima para baixo e nunca de baixo para cima, soma-se a isso a escravidão, e o processo de colonização do Brasil. Tudo isso contribuiu de maneira decisiva para que o povo se mantivesse afastado do governo e de suas instituições a ponto de encarar obrigações que o Estado tem com o ele como se fosse favores, feitos. E olha que nem estou citando os estragos feitos pela Ditadura Militar e a Era Vargas, embora esta ultima não tivesse sido de toda ruím.
  Só que felizmente as coisas mudaram do ponto administrativo para melhor e hoje temos maior informação e podemos ainda que de forma pequena participar dos destinos de nosso pais e é ai que vou explicar como. A primeira coisa que temos que ter em mente em relação ao ESTADO é que ele é um IMENSO CONDOMINO  e para quem é de igreja evangélica séria ou católica, de que  ELE É UMA GRANDE IGREJA. Por que uso esta analogia? Com ja falei aqui, fui evangélico durante 13 anos e uma das coisas coisas que mais gostava na igreja evangélica, no caso da batista em particular, era seu culto administrativo. Nele se discutia arrecadação mensal de dízimos, eleição de pastores, vice-moderadores( que gerencia a igreja quando o pastor viaja), indicação de chefes de cargos,  admissão e exclusão de membros, compra de insumos e materias e várias questões que se refere a vida social e  politica da igreja onde o lado religioso neste momento é deixado de lado e tudo é discutido na maioria da vezes, da maneira mais racional possivel.  Estes cultos, membros ou candidatos a membros podem participar e onde a presença de visitantes pode ser vetada ou não.
     Num condomio é quase a mesma coisa da igreja evangélica com a diferença de que não não ha o componente religioso no meio e as pessoas moram nele ao contrário da igreja. Nele também se discute a arrecadação mensal da taxa de condominio, eleição de síndico, do conselho adinistrativo, contratações de funcionários assim como regras de funcionamento da vida comum do mesmo e investimentos gerais. Nas duas situações, a maioria (no caso da igreja) e uma parte considerável dos moradores participam de forma muito ativa destas reuniões tomando decisões que  em parte podem ser democráticas, uma vez que todos ali tem vez independente do grau social ou do valor do dízimo dado. Só se prejudica nestes casos aquele que não participa destas reuniões onde aquilo que é contra ele e que ele pode barrar é aprovado e o mesmo por não ter participado não pode de principio se voltar contra as determinações destas organizações. Vale lembrar que tanto no condominio quanto na igreja, quase ninguém vandaliza ou fere regras dos mesmos, pois além de saber que será punido  tem em mente que aquilo é de todos e não de ninguém. Um exemplo, se ele danifica o elevador do prédio onde mora, ele sabe que além de não poder descer, ele prejudicará pessoas idosas e gestantes. Numa igreja, se ele danifica o som, o culto fica prejudicado, embora ele não deixe de acontecer, mas o membro tem em mente que aquilo é da igreja e não de ninguém, por isso todos, ou quase todos respeitam.
      Através destes exemplos, farei uma analogia entre Estado, igreja evangelica e condomino:

Pastor e síndico: presidente da republica, governador e prefeito.
Dízimo e taxa de condôminio: impostos.
Reunião de obreiros(chefe de cargos importantes da igreja) e conselho administrativo:
Reunião de secretariado ou ministerial.
Chefes de cargo e conselhos adminstrativos: secretariado e ministros.
Admissão de membros e entrada de novos moradores: pessoas estrangeiras vindas de outros paises que vem para morar no Brasil e tentam se naturalizar ou mesmo pessoas que nascem.
Leitura de ata: Diario oficial das três esferas de estado mais a Voz do Brasil.
Pastor, zelador, porteiros e auxiliar de serviços gerais e seguranças: servidores publicos de uma maneira geral.
Investimento em equipamentos de som, reforma do templo, no elevador, construção do play-ground: contrução de ruas, viadutos, escolas, hospitais, delegacias, ferrovias e etc.

     Como voces perceberam o Estado Brasileiro e qualquer estado nacional são imensos condominios, onde tudo é de todos.A grande diferença entre o estado brasileiro os condominios as igrejas é que principalmente as pessoas  envolvidas possuem isso em mente e respeitam as determinações e o patrimônio do condominio ou igreja assim como sabem cobrar muito bem sobre o dizimo ou taxa de condominio que pagam, uma vez que tem a real consciência da destinação dos mesmos e que por sua vez sabem como cobrar. Com o estado Brasileiro não, as pessoas simplesmente não se envolvem, o que é um erro gravíssimo, porém compreensivel.
    Uma outra coisa é sobre o funcionamento do Estado. Lideres de ideologias e principalmente os religiosos devem ser proibidos de participar deles como chefes, seja de governo ou de estado. O máximo que podem é como membros contribuintes e votantes e olhe la! Se querem ser chefes de estado, governo o parlamentares, deverão abrir mão completamente de suas ideologias politicas e religiosas e serem completamente neutros em suas decisões e direcionamentos gerais reservando suas crenças politicas, ideológicas e religiosas para dentro de suas mentes,no âmbito pessoal e familiar, uma vez que ele deve respeitar as crenças, vida privada e as opiniões dos outros. Novamente cito o caso do condominio, por acaso existe algum caso de pastor ou xeque querer impor sua religião em um condominio? Se isso acontecer, ele é deposto do cargo de síndico e ainda toma um processo na justiça por conta disso, pois os moradores em geral não toleram imposições as suas vidas pessoais. Se não há tolerancia de situações como essa num âmbito menor como condominios por que devemos aceitar um abuso como esse numa esfera que comanda a vida de todos como o Estado? Outro exemplo de que a imposição de ideologias é um perigo e no qual as pessoas sabem se defender é se tivesse um síndico comunista e este obrigasse quem tem computador em casa a liberar o uso a quem não tem ou usar a Tv de LCD do vizinho. Numa situação destas, o síndico também é deposto e também toma processo na justiça. Nestes lugares um imensa separação sobre o que é vida e propriedade privada e sobre o que é patrimonio e vida comum. Se num condomio isso é possivel, por que nos estados nacionais não?
        O maior erro desde invenção dos estados nacionais é nunca terem encarado os mesmos como imensos condominios, deixando que lideres religiosos, pessoas péssimas índoles e estelionatários tomassem conta deles e fizessem os estragos que todos nós conhecemos muito bem. Se todos desde o começo aprendessem que estados nacionais são imensos condominios aberrações como estados teocraticos, nazismo, estados comunistas e ditaduras dificilmente teriam ocorrido, uma vez que as pessoas saberiam como se defender de situações como estas. Todo mundo teria respeito ao que é individual e coletivo, não vandalizando e não deixando ninguém vandalizar, cobrando a aplicação correta dos impostos e muitas outras coisas que num condominio são sagradas e todos respeitam sem questionar. Este ano é um ano de eleição, quando forem votar pensem nisso tudo que escrevi. Tenham em mente que Lula é apenas um síndico de um imenso condominio, que o Sergio Cabral ou Alberto Goldman são sindicos de blocos e o Gilberto Kassab e o Eduardo Pais são apenas síndicos de prédios e nada mais do que isso. Dilma, Serra, Marina são apenas candidatos a síndicos geral. Sergio Cabral, Gabeira, Alkimin, Helio Costa, a sindicos de blocos. Tendo isso em mente, tudo fica mais facíl, uma vez que não se encarará mais o estado como algo apaixonando e nem como um instrumento de dominio de massas e sim como um imenso condomínio ou associação de moradores, onde individualidade e o patrimonio do condominio e pessoal é respeitado. Lutemos pela nossa individualidade, liberdade, impostos corretamente aplicados e qualidade de vida. Não deixemos que lideres religioso, estelionatários e bandidos continuem dominando o estado e as pessoas.Pensem nisso! E só!

2 comentários:

Edilson Pavon da Silva disse...

Você explicou de forma didatica o que eu penso em termo de organização politica. O que estraga um pais são os servidores corruptos, politicos corruptos,religiosos pedófilos ou ladrões do dizimo do Senhor , bandidos travestidos de gente do bem. Parabéns pelo texto.Bem trabalhado de forma didatica que até pessoas simples como eu conseguem entender. Essas pérolas do conhecimento e da verdade devem ser escritas, como você fez, de forma simples, para que todos entendam. Fazer texto rebuscado demais ,de dificil compreensão ficam restrito apenas a pessoas cultas.No meu blog escrevi algumas linhas que vem de encontro com o que senhor escreveu.Saudações humanistas.

Marcos Vinicius Gomes disse...

Bela analogia. Apesar de os estados estarem em processo de crise - leia-se neoliberalismo - o estado deve ser administrado por competentes líderes e fiscalizado por nós, a força motriz deste estado. Mas ainda temos muito o que aprender, pois mesmo em se tratando de Brasil, em nossos condomínios ainda existe a mentalidade de que 'paguei e basta', não se dando importância nas decisões que são tomadas em prol de toda uma comunidade.