terça-feira, 23 de julho de 2013

O mi mi mi de João Pedro Stédile é uma hilariante tragicomédia

É a conclusão a que se chega depois da leitura atenta do Blog do João Pedro Stédile. Dá para se divertir rindo dele. É uma boa ideia se divertir com os mi mi mis dos poderosos, seja lá qual for a ideologia que tenham, da extrema direita à extrema esquerda. Porque passar a vida toda só se indignando (ou, pior, juntando raiva) faz mal à saúde. E é isso que essa corja no poder quer: que os discordantes morram mais cedo, para que sobrem somente eles e o cordão de puxa-sacos e bajuladores em geral.

Na ótica do Stédile, todo mundo é culpado pela inflação: a burguesia em geral, a imprensa burguesa, os bancos, as empresas do agronegócio e a "base social tucana que opera o aumento dos preços, beneficiando-se com o aumento dos seus lucros" (essa base social tucana são os "capitalistas proprietários das fábricas, supermercados ou lojas do comércio"). A típica meia verdade de um dirigente profissional do MST.

Meia verdade porque, até aqui, há a verdade na apuração de culpados pela inflação. Só que falta a outra metade: a culpa do Governo Lula-Dilma nessa história toda. Um governo que torra bilhões de reais de dinheiro público com copas, olim piadas e outras bobagens. Ah, mas aqui o cumpanhêro Stédile estaria acabando com as ilusões em torno de um governo que a cumpanherada chama de "pogressista (sic), democrático e popular". No governo do cumpanhêro Sarney também era assim: todo mundo tinha culpa pela inflação. Menos o governo. Chegaram a acionar a Polícia Federal para caçar boi no pasto, botando a culpa nos pecuaristas pela alta do preço da carne, fossem grandes ou micropecuaristas.

Aliás, dá para levar a sério um governo que gera coisas como os "fiscais do Sarney"?

Coitados dos sem-terra de verdade, se continuarem dependendo da corja para promover a Reforma Agrária que esses líderes poderiam ter feito mas empurram com suas barrigas gordas adiante. Barrigas que engordaram bastante nesses dez anos no poder. Se eles não fizeram a Reforma Agrária, ninguém jamais a fará. Filhos e netos dos sem-terra continuarão herdando somente a lona plástica que serve de telhado nos assentamentos.

João Pedro Stédile é tão atrasado que nem os socialistas de verdade que conheço utilizam mais esses termos que ele usa. Os socialistas que conheço preferem chamar os maiores capitalistas não mais de burguesia, mas de Grandes Empresários. Assim mesmo, em maiúsculas. O termo burguesia é tão gasto que já foi utilizado até por capitalistas confessos, como o saudoso Renato Russo, que usou o termo para se referir à elite de Brasília em Faroeste Caboclo.

Se Stédile aceita de bom grado utilizar o mesmo linguajar de um capitalista como foi Renato Russo, faça bom proveito. E que ouça mais da obra da Legião Urbana. Melhor que aquela música de cabresto que até os dirigentes do MST e os sem-terra ouvem.

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