terça-feira, 26 de março de 2013

Deveria cair o céu na cabeça da cartolagem e da politicagem carioca

Menos mal que o prefeito Eduardo Paes interditou hoje o Engenhão, antes que aquela cobertura desabasse na cabeça do distinto público.

O que deveria cair é o céu na cabeça da cartolagem e da politicagem carioca. O Engenhão foi projetado pela Delta (fonte: matéria de O Globo) e construído pela Prefeitura ainda na gestão de Cesar Maia para aquele evento mambembe dos Jogos Pan-Americanos de 2007, que juntou um bando de universitários americanos e atletas cucarachos de diversos países. E alguns atletas brasileiros ditos "de ponta" se achando muito, porque em algumas disputas derrotaram esses atletas do escalões inferiores dos esportes olímpicos e/ou pan-americanos.

O Engenhão custou R$ 380 milhões. Quem concluiu a construção foi o consórcio formado pelas empreiteiras baianas Odebrecht e OAS. Cheguei a ver a obra por dentro, na época em que trabalhei no serviço de combate à dengue. Isso foi entre 2006 e 2007, alguns meses antes de concluírem o estádio. Passei vários meses trabalhando exclusivamente no estádio e no espaço em volta ocupado pelas empreiteiras. Eu logo vi que tinha alguma coisa errada com aquele projeto de cobertura do estádio. Aquela estrutura apoiada em quatro gigantescos tubos de aço sustentados por quatro torres de alvenaria não poderia jamais ter sido feita às pressas, como foi feita, para cumprir os prazos do Pan 2007. Esse tipo de obra tem que ser feito com cuidado, e sem correria.

O prefeito atual disse que a obra de construção dos anéis superiores das alas Norte e Sul (previstas apenas para a Olimpíada 2016) não seria mais feita, devido ao alto custo. O prefeito disse que deverão ser feitas "estruturas provisórias", seja lá o que ele quis dizer com isso. O estádio foi arrendado pelo Botafogo, mas continua sendo propriedade da Prefeitura, apesar da negativa de alguns alvinegros paspalhões. Mas agora a municipalidade terá que desembolsar o que gastaria na obra das novas arquibancadas na recuperação ou na reconstrução da cobertura. Devia aproveitar para tirar recursos de obras questionáveis tipo derrubada da Perimetral, BRTrem e o escambau, para consertar essa cobertura (já que o estádio está aí, pior seria fecha-lo definitivamente) e realizar obras ainda mais urgentes, como a reconstrução do Elevado do Joá, que ao meu ver já está prontinho para desabar. Como a cobertura do Engenhão.

Quanto à cartolagem carioca, agora ficaram sem estádio para os jogos do Botafogo, do Flamengo e do Fluminense. A guerra se instalou dentro da torcida vascaína, que se divide entre ceder o Estádio de São Januário para todos os quatro supostos "times grandes" do Rio, ceder só para jogos envolvendo um deles e um "time pequeno" ou de fora do Rio, ou simplesmente continuar usando o estádio só em jogos do Vasco com "times pequenos" ou de fora do Rio. Alguns vascaínos sonham em ver o Vasco recebendo os times rivais em São Januário nos jogos em que o Vasco for mandante. Com o futebolzinho podre que esses quatro "times grandes" estão jogando, o Aterro do Flamengo é o melhor local para transferir as partidas deles todos.

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