domingo, 10 de outubro de 2010

Sobre os camelôs de ônibus e a possibilidade de ficarem sem trabalho





      Circula um boato na imprensa do Rio de que o prefeito Eduardo Paes e o governo do estado estão estudando uma medida em que motoristas de ônibus poderão ser punidos com sete pontos na carteira se permitirem a entrada de camelôs e venda de suas mercadorias no ônibus. Tal medida sem um cadastramento e sem um meio de sobrevivência para estas pessoas, poderá ser um desastre para as mesmas, uma vez que a maioria tem família para sustentar e não possui qualificação e sequer estudo suficiente para poder mudar de ramo.

   

       Falo isso, pois há dez anos atrás eu trabalhei como camelô nos ônibus e no trem e tive a oportunidade de conhecer a realidade destas pessoas. Quem vê-los de fora pensa um monte de coisas ruíns sobre eles em função da maneira como eles se comunicam com o publico( com girias e modo de falar inadequado), mas são pessoas que tem familia para sustentar e baixa qualificação. Na maioiria são gente de bem e que precisam daquele trabalho para sobreviver e até mesmo para montar um negócio próprio no futuro. Poucos são o que são envolvidos no crime, por isso eles merecem nosso apoio.
   Finalizando, tal medida de punir com sete pontos na carteira apenas o Denatran pode fazer isso, pois é ele é quem rege a legislação de trânsito no Brasil, cabendo apenas as autoridades locais  execução e aplicação de suas leis. Vale lembrar que várias empresas de ônibus ja punem seus motoristas ao descontarem seu salário e ao impedirem de trabalharem por um dia, o chamado "gancho". Portanto, isso não é uma atribuição de governos locais. Nesta última sexta-feira, os camelôs fizeram protesto na Central do Brasil e o Fatos Gerais cobriu o protesto. Foi mostrado a eles a medida arbirtraria do Sr. Prefeito que quer implantar na marra a padronização pas pinturas dos ônibus da cidade. Na verdade a única medida que a prefeitura pode fazer para bani-lo dos ônibus e pressionar as empresas para punir seus motoristas, como fazem hoje. Tal medida sem cadastramento, qualificação, abertura de seu próprio negócio e emprego para estas pessoas é uma tremenda covardia contra elas e por isso o Fatos Gerais apoia este protesto. E só!

Um comentário:

Marcos Vinicius Gomes disse...

É o mínimo que o governo poderia fazer é cadastrá-los e deixar a critério de motoristas deixá-los entrar ou não (a maioria deixa). O transporte público é concessão estatal e se o estado irresponsávelmente não dá subsídios para a sobrevivência dessas pessoas, não é justo que tente fazer uma 'higienização social' para esconder os problemas como desemprego e pobreza. Eu já vendi coisas na rua e sei como é preciso ter muita boa vontade para chegar ao fim do dia. E isso é um bom exercício de resgate da dignidade.